Andrew Fernandes

Workshop “Redes regionais de valorização de biomassa florestal lenhosa para a produção de energia: o caso de Tresminas”

Decorreu no dia 17 de outubro, no Auditório do Museu Municipal Padre José Rafael Rodrigues em Vila Pouca de Aguiar, o workshop “Redes regionais de valorização de biomassa florestal lenhosa para a produção de energia: o caso de Tresminas”. Esta iniciativa foi realizada no âmbito do projeto “Aldealix”, inserido no Programa de Cooperación Interreg VI A Espanha – Portugal (POCTEP) 2021-2027 e teve a organização conjunta da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso (CIMAT) e do Município de Vila Pouca de Aguiar e visou a apresentação dos resultados preliminares do “Estudo dos recursos locais de biomassa na envolvente ao projeto piloto da aldeia de Tresminas” – elaborado pelo Colab Forestwise – aos vários stakeholders da cadeia de abastecimento. Este encontro, de cariz técnico, possibilitou ainda, e segundo a CIMAT, a apresentação de um caso de implementação efetiva num lar de idosos com o uso de biomassa florestal para a produção de energia a nível local, e respetivo debate com os participantes. O workshop contou com a presença da anfitriã Ana Rita Dias, presidente da Câmara municipal de Vila Pouca de Aguiar, na sessão de abertura, que se fez acompanhar pelo Primeiro Secretário Executivo da CIMAT, Professor Ramiro Gonçalves tendo este ficado com o enquadramento e apresentação dos objetivos do projeto Aldealix a seu cargo. Saiba mais aqui

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Workshop do projecto RN21 mostra como resina natural revoluciona e dá valor acrescentado a várias indústrias

O segundo workshop do Projecto Integrado RN21 terá lugar no dia 21 de Outubro, no Centro Social e Paroquial de S. Pedro, em Cantanhede, a partir das 14h30. As mais recentes aplicações e desenvolvimentos da resina natural, assim como a inovação, a sustentabilidade e as novas oportunidades que esta matéria-prima está a trazer para diversas indústrias vão ser os principais pontos abordados. A participação é gratuita. Este evento, integrado num conjunto de workshops inovadores, terá como tema “Criamos o futuro com Resina Natural”, e vai explorar como esta matéria-prima está a revolucionar diversas indústrias, desde a preservação alimentar até à moda, passando pela indústria automóvel e calçado, refere uma nota de imprensa do ForestWise – Laboratório Colaborativo para Gestão Integrada da Floresta e do Fogo (CoLAB), que lidera o RN21. Para além da apresentação de casos de sucesso, existirão estações temáticas interactivas, que passam por descobrir como a colofónia e os seus derivados podem revolucionar a sustentabilidade na indústria de embalagens, como os biopolímeros e aditivos de colofónia estão a revolucionar a produção de componentes automotivos, tornando-os mais leves e sustentáveis, e também como é que os sistemas adesivos e materiais de solado à base de colofónia estão a revolucionar a indústria do calçado. “O workshop oferece uma oportunidade única para aprender mais sobre inovação, sustentabilidade e as novas oportunidades que esta matéria-prima pode trazer”, adianta a mesma nota, acrescentando que “este ciclo de workshops visa fomentar um debate aberto sobre as várias perspectivas da cadeia de valor da resina natural, desde a produção até à aplicação final dos produtos derivados”. A paricipação neste workshop é gratuita mas de inscrição obrigatória, aqui. RN21 Liderado pelo CoLAB ForestWISE, o RN21 reúne pela primeira vez, toda a cadeia de valor do sector da resina natural em Portugal, num Consórcio integrado e mobilizador de investigação e inovação onde se promove a modernização e a revitalização de um dos sectores mais tradicionais da economia nacional, valorizando a resina natural enquanto produto “bio” e potenciando as grandes possibilidades da sua aplicação no mercado. Com um investimento superior a 26 milhões de euros e uma subvenção de 17 milhões e meio de euros, o projecto integra 37 entidades, conjugando investimentos públicos e privados, criando condições favoráveis à colaboração entre empresas e parceiros de I&D&I e alavancando a transição ecológica e digital. Siba mais sobre o RN21 aqui. Programa 14h30 – Recepção e boas-vindas 14h45 – Sessão de abertura 15h00 – Processos de Transformação: da Resina ao Produto Final António Mendes Ferreira (United Resins) 15h15 – Introdução das estações 15h30 – Estações Temáticas Preservação Natural (Indústria Alimentar – TECMEAT)Inovação sobre rodas (Indústria Automóvel – SIMOLDES)Tecendo o futuro (Indústria Téxtil –TINTEX)Passos sustentáveis (Indústria Calçado – CTCP) 16h30 – Coffee Break 16h45 – Inovação Sustentável com Materiais Funcionais – Anabela Carvalho (CeNTI) 17h15 – Sessão de encerramento Agricultura e Mar Saiba mais aqui

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Novas técnicas de extração de resina demonstradas em Vila Pouca de Aguiar

esineiros e representantes de empresas ligadas ao setor assistiram ontem, em Vila Pouca de Aguiar, a demonstrações de novas técnicas de extração para sacos fechados que permitirão obter uma maior valorização da resina e rentabilidade da atividade. “Estamos a mostrar técnicas de extração que estão a ser desenvolvidas e visam a modernização e uma maior eficiência relativamente aos métodos tradicionais”, afirmou à agência Lusa O presidente da Associação de Destiladores e Exploradores de Resina (Resipinus), Marco Ribeiro. Esta é uma das 37 entidades que integram o consórcio que está a desenvolver o projeto RN21 – Resina Natural 21, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e que, entre outros objetivos, quer melhorar a eficiência da recolha de resina. O consórcio é liderado pelo Laboratório Colaborativo ForestWise. É no âmbito deste projeto que estão a ser desenvolvidas técnicas de extração de resina cuja demonstração decorreu num pinhal em Tresminas, Vila Pouca de Aguiar, distrito de Vila Real. Marco Ribeiro explicou que os métodos tradicionais são “muito exigentes em termos de mão-de-obra” e utilizam um púcaro ou saco em sistema aberto, o que permite a entrada de impurezas, de água e a perda de componentes voláteis das características da resina que são muito valorizadas no mercado. No novo sistema, a resina é extraída para um púcaro (recipiente plástico) ou saco fechado. A extração faz-se através de um bocal que é colocado no pinheiro, numa perfuração feita com um berbequim com broca. “Permitem termos menos impurezas, ter maior valorização da matéria-prima e gerar, depois, maior rentabilidade para o resineiro”, realçou. Entre os aspetos positivos, Marco Ribeiro apontou que pode ajudar a atrair gente nova ao setor, possibilitar mais rendimento aos proprietários dos pinhais e disponibilizar mais matéria-prima para a indústria. “Temos aqui três perspetivas: melhorar o trabalho do resineiro, melhorar a cultura do pinheiro-bravo para os proprietários e melhorar a relação com a indústria”, salientou. A exploração de resina representa um volume de negócios na ordem dos 10 milhões de euros anuais em Portugal, havendo cerca de 500 resineiros que resinam entre 20 mil a 25 mil hectares. De acordo com dados oficiais, no país há cerca de 600 mil hectares de pinhal. “Estamos a falar de uma margem de crescimento muito grande”, salientou Marco Ribeiro. Para a utilização destes novos “métodos fechados”, será necessário proceder-se a uma alteração da legislação, que está atualmente em revisão. O atual saco plástico usado, aberto, custa entre três a quatro cêntimos, enquanto o saco com bocal, fechado, poderá custar entre 15 a 20 cêntimos. Para Rui Salgado, que tem uma empresa de resinagem sediada em Chaves, este é um investimento que irá compensar, porque desta extração sairá um produto de maior qualidade, acrescentando que, nos atuais sacos, há uma percentagem de 12% que vai para o lixo porque apanha água ou agulhetas dos pinheiros. “Poderá ajudar muito. O trabalho que se está a fazer agora já devia ter sido feito há 20 anos. Esta atividade tem que ser modernizada e mecanizada ou não vamos ter gente para trabalhar”, salientou. O empresário tem 11 pessoas a trabalhar e extrai 300 toneladas de resina por ano. Teresa Magalhães é sapadora florestal e resineira e acredita que o novo método poderá ser benéfico para os trabalhadores. “Evita o desencarrasque [consiste na remoção da camada superficial de casca] que representa muito esforço físico e é também bom para a qualidade da produção, porque é uma resina que vai sair limpinha e acho que tem outro valor no mercado”, afirmou. Este mês realizam-se mais dois ‘workshops’ em Oleiros e na Nazaré. O projeto RN21 decorre até 2025, representa um investimento de 26 milhões de euros e uma subvenção de 17,5 milhões. Saiba mais aqui

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Pinhão e resina: é possível conciliar as duas produções?

Embora já existam produtores florestais a conciliar a produção de pinhão e resina nas suas áreas de pinheiro-manso (Pinus pinea L.), as implicações que a resinagem pode ter na quantidade e nas propriedades do pinhão são pouco conhecidas, razão pela qual o tema começou a despertar a atenção de investigadores portugueses. Neste contexto, um estudo realizado na Herdade da Esteveira, em Alcochete, indica que é viável produzir pinhão e resina, sem que a resinagem afete a composição química e a segurança alimentar do pinhão. As conclusões foram dadas a conhecer na tese de mestrado “Efeito da resinagem na composição química do pinheiro-manso”, realizada no ISA – Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, após vários anos de ensaios em que se recolheram pinhas de árvores resinadas e não resinadas e se analisou a composição química dos respetivos pinhões. “Não se observaram diferenças na composição química de pinhões provenientes de árvores resinadas e não resinadas” refere José dos Lóios Angelino na sua tese, feita sob a orientação das professoras Paula Soares e Ana Alves. O método de resinagem mais comum em Portugal (e na Europa) requer a aplicação de um estimulante para retardar a cristalização e, assim, aumentar o tempo de escorrência da resina. Este estimulante, que é aplicado na zona das incisões, pode conter ácido sulfúrico, pelo que outra das questões em estudo era determinar se haveria vestígios deste ácido nos pinhões de árvores resinadas. Também aqui a resposta foi negativa: “não se observaram quaisquer vestígios de ácido sulfúrico nos espectros dos pinhões de árvores resinadas”, o que reforça a possibilidade de produzir pinhão e resina numa mesma árvore. A pasta estimulante aplicada nas incisões para fazer fluir a resina contém ácido sulfúrico, embora estejam já a ser testados ácidos biológicos que possam ter o mesmo efeito estimulante e que acarretem menos risco para a atividade. Este é um trabalho que está a ser desenvolvido pelo projeto Integrado RN21 – Inovação na Fileira da Resina Natural para Reforço da Bioeconomia Nacional. Em paralelo estão também a ser testados métodos de resinagem mais eficazes e que promovem maior pureza da resina recolhida, como a resinagem em bolsa fechada. Rendimento em pinhão é influenciado pela resinagem? Mais dados são necessários Outra das hipóteses estudadas foi se a resinagem do pinheiro-manso afetaria o rendimento em termos de miolo de pinhão. Para o efeito analisou-se a produção das árvores resinadas e não resinadas considerando o rendimento em pinhão branco relativamente ao peso das respetivas pinhas verdes. Curiosamente, as árvores resinadas apresentam maior rendimento do que as não resinadas. No entanto, este resultado necessita de ser validado com mais dados, pois neste estudo não foi possível fazer a análise do rendimento das árvores resinadas antes de se iniciar a resinagem, de modo a conhecer as diferenças de rendimento de cada uma antes e depois. Assim, para aprofundar o efeito da resinagem no rendimento em miolo de pinhão (também chamado de pinhão branco), o estudo sugere a instalação de parcelas permanentes em povoamentos de pinheiro-manso, para que se possa fazer esta avaliação comparativa ao longo de vários anos. Como uma pinha demora três anos a formar-se e este ensaio terminou na campanha de 2021/22, não foi possível recolher pinhão em quantidade suficiente para se realizarem testes de palatibilidade (paladar), pois esta campanha correspondeu a um ano de contrassafra, isto é, de baixa produção. Recorde-se que várias espécies, incluindo os pinheiro-mansos, intercalam anos de contrassafra com outros de maior produção de fruto – os anos de safra. Por isso, também nesta vertente são necessários estudos adicionais, que incluam análises sensoriais e estudos de palatibilidade para determinar se são identificadas diferenças de aspeto e sabor entre pinhões de árvores resinadas e não resinadas. Embora ainda com algumas questões a aprofundar e confirmar, os resultados deste estudo vieram demonstrar que é seguro e viável conciliar duas produções, criando uma dupla fonte de retorno para os proprietários que investem em pinheiro-manso. Outro estudo de 2022 – o Potencial de Resinagem em Portugal – reforça a ideia de que a exploração conjunta de pinha, pinhão e resina é uma fonte de proventos a considerar, numa lógica de multifuncionalidade dos espaços florestais, mas adverte que faltam modelos silvícolas especificamente orientados para a coprodução de pinhão e resina. Resina com valorização crescente Em Portugal, o pinheiro-bravo é, por excelência, a espécie resineira, mas com o aumento da área de plantação de pinheiro-manso – que passou de 120 mil hectares para 194 mil entre 1995 e 2015, de acordo com o 6.º Inventário Florestal Nacional (IFN6) – tem-se verificado um aumento da resinagem desta espécie: estimou-se que 2 mil hectares de pinheiro-manso fossem já resinados em Portugal (cerca de 7,7% da área total resinada), em 2021. “Será de prever que a proporção de resina de pinheiro-manso continue a aumentar nos próximos anos em Portugal” refere a Resipinus – Associação de Destiladores e Exploradores de Resina, que justifica a tendência com a necessidade de compensar a redução da área de pinheiro-bravo. No âmbito de um outro projeto – o SustForest Plus – foram também instaladas parcelas e feita a resinagem de alguns pinheiros-mansos em dois locais. Na Herdade da Esteveira, em Alcochete, os pinheiros-mansos resinados produziram uma média de 4,6 quilogramas de resina por árvore em 2018 e de 5,2 quilogramas em 2019, embora com variações muito expressivas de árvore para árvore. Na Chamusca, o valor médio de resina obtido foi menor, 2,1 kg por árvore, revelou o estudo “Potencial de Resinagem em Portugal”. Já o preço médio do quilograma de resina tem evoluído de forma positiva, de acordo com dados do INE – Instituto Nacional de Estatística: manteve-se acima de 1,3 euros entre 2021 e 2023, um limiar nunca alcançado até então e que denota uma valorização significativa face ao que se registava nos 20 anos anteriores. Por exemplo, em 2003, o preço por quilograma era apenas de 0,42 euros e em 2013 tinha aumentado para 1,09 euros. Nos últimos anos, a quantidade de resina produzida tem registado flutuações significativas: as maiores

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Novas técnicas de extração de resina demonstradas em Vila Pouca de Aguiar

Resineiros e representantes de empresas ligadas ao setor assistiram hoje, em Vila Pouca de Aguiar, a demonstrações de novas técnicas de extração para sacos fechados que permitirão obter uma maior valorização da resina e rentabilidade da atividade. “Estamos a mostrar técnicas de extração que estão a ser desenvolvidas e visam a modernização e uma maior eficiência relativamente aos métodos tradicionais”, afirmou à agência Lusa O presidente da Associação de Destiladores e Exploradores de Resina (Resipinus), Marco Ribeiro. Esta é uma das 37 entidades que integram o consórcio que está a desenvolver o projeto RN21 – Resina Natural 21, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e que, entre outros objetivos, quer melhorar a eficiência da recolha de resina. O consórcio é liderado pelo Laboratório Colaborativo ForestWise. É no âmbito deste projeto que estão a ser desenvolvidas técnicas de extração de resina cuja demonstração decorreu hoje, num pinhal em Tresminas, Vila Pouca de Aguiar, distrito de Vila Real. Marco Ribeiro explicou que os métodos tradicionais são “muito exigentes em termos de mão-de-obra” e utilizam um púcaro ou saco em sistema aberto, o que permite a entrada de impurezas, de água e a perda de componentes voláteis das características da resina que são muito valorizadas no mercado. No novo sistema, a resina é extraída para um púcaro (recipiente plástico) ou saco fechado. A extração faz-se através de um bocal que é colocado no pinheiro, numa perfuração feita com um berbequim com broca. “Permitem termos menos impurezas, ter maior valorização da matéria-prima e gerar, depois, maior rentabilidade para o resineiro”, realçou. Entre os aspetos positivos, Marco Ribeiro apontou que pode ajudar a atrair gente nova ao setor, possibilitar mais rendimento aos proprietários dos pinhais e disponibilizar mais matéria-prima para a indústria. “Temos aqui três perspetivas: melhorar o trabalho do resineiro, melhorar a cultura do pinheiro-bravo para os proprietários e melhorar a relação com a indústria”, salientou. A exploração de resina representa um volume de negócios na ordem dos 10 milhões de euros anuais em Portugal, havendo cerca de 500 resineiros que resinam entre 20 mil a 25 mil hectares. De acordo com dados oficiais, no país há cerca de 600 mil hectares de pinhal. “Estamos a falar de uma margem de crescimento muito grande”, salientou Marco Ribeiro. Para a utilização destes novos “métodos fechados”, será necessário proceder-se a uma alteração da legislação, que está atualmente em revisão. O atual saco plástico usado, aberto, custa entre três a quatro cêntimos, enquanto o saco com bocal, fechado, poderá custar entre 15 a 20 cêntimos. Para Rui Salgado, que tem uma empresa de resinagem sediada em Chaves, este é um investimento que irá compensar, porque desta extração sairá um produto de maior qualidade, acrescentando que, nos atuais sacos, há uma percentagem de 12% que vai para o lixo porque apanha água ou agulhetas dos pinheiros. “Poderá ajudar muito. O trabalho que se está a fazer agora já devia ter sido feito há 20 anos. Esta atividade tem que ser modernizada e mecanizada ou não vamos ter gente para trabalhar”, salientou. O empresário tem 11 pessoas a trabalhar e extrai 300 toneladas de resina por ano. Teresa Magalhães é sapadora florestal e resineira e acredita que o novo método poderá ser benéfico para os trabalhadores. “Evita o desencarrasque [consiste na remoção da camada superficial de casca] que representa muito esforço físico e é também bom para a qualidade da produção, porque é uma resina que vai sair limpinha e acho que tem outro valor no mercado”, afirmou. Este mês realizam-se mais dois ‘workshops’ em Oleiros e na Nazaré. O projeto RN21 decorre até 2025, representa um investimento de 26 milhões de euros e uma subvenção de 17,5 milhões.

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Novas técnicas de extração de resina demonstradas em Vila Pouca de Aguiar

Resineiros e representantes de empresas ligadas ao setor assistiram hoje, em Vila Pouca de Aguiar, a demonstrações de novas técnicas de extração para sacos fechados que permitirão obter uma maior valorização da resina e rentabilidade da atividade. “Estamos a mostrar técnicas de extração que estão a ser desenvolvidas e visam a modernização e uma maior eficiência relativamente aos métodos tradicionais”, afirmou à agência Lusa O presidente da Associação de Destiladores e Exploradores de Resina (Resipinus), Marco Ribeiro. Esta é uma das 37 entidades que integram o consórcio que está a desenvolver o projeto RN21 – Resina Natural 21, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e que, entre outros objetivos, quer melhorar a eficiência da recolha de resina. O consórcio é liderado pelo Laboratório Colaborativo ForestWise. É no âmbito deste projeto que estão a ser desenvolvidas técnicas de extração de resina cuja demonstração decorreu hoje, num pinhal em Tresminas, Vila Pouca de Aguiar, distrito de Vila Real. Marco Ribeiro explicou que os métodos tradicionais são “muito exigentes em termos de mão-de-obra” e utilizam um púcaro ou saco em sistema aberto, o que permite a entrada de impurezas, de água e a perda de componentes voláteis das características da resina que são muito valorizadas no mercado. No novo sistema, a resina é extraída para um púcaro (recipiente plástico) ou saco fechado. A extração faz-se através de um bocal que é colocado no pinheiro, numa perfuração feita com um berbequim com broca. “Permitem termos menos impurezas, ter maior valorização da matéria-prima e gerar, depois, maior rentabilidade para o resineiro”, realçou. Entre os aspetos positivos, Marco Ribeiro apontou que pode ajudar a atrair gente nova ao setor, possibilitar mais rendimento aos proprietários dos pinhais e disponibilizar mais matéria-prima para a indústria. “Temos aqui três perspetivas: melhorar o trabalho do resineiro, melhorar a cultura do pinheiro-bravo para os proprietários e melhorar a relação com a indústria”, salientou. A exploração de resina representa um volume de negócios na ordem dos 10 milhões de euros anuais em Portugal, havendo cerca de 500 resineiros que resinam entre 20 mil a 25 mil hectares. De acordo com dados oficiais, no país há cerca de 600 mil hectares de pinhal. “Estamos a falar de uma margem de crescimento muito grande”, salientou Marco Ribeiro. Para a utilização destes novos “métodos fechados”, será necessário proceder-se a uma alteração da legislação, que está atualmente em revisão. O atual saco plástico usado, aberto, custa entre três a quatro cêntimos, enquanto o saco com bocal, fechado, poderá custar entre 15 a 20 cêntimos. Para Rui Salgado, que tem uma empresa de resinagem sediada em Chaves, este é um investimento que irá compensar, porque desta extração sairá um produto de maior qualidade, acrescentando que, nos atuais sacos, há uma percentagem de 12% que vai para o lixo porque apanha água ou agulhetas dos pinheiros. “Poderá ajudar muito. O trabalho que se está a fazer agora já devia ter sido feito há 20 anos. Esta atividade tem que ser modernizada e mecanizada ou não vamos ter gente para trabalhar”, salientou. O empresário tem 11 pessoas a trabalhar e extrai 300 toneladas de resina por ano. Teresa Magalhães é sapadora florestal e resineira e acredita que o novo método poderá ser benéfico para os trabalhadores. “Evita o desencarrasque [consiste na remoção da camada superficial de casca] que representa muito esforço físico e é também bom para a qualidade da produção, porque é uma resina que vai sair limpinha e acho que tem outro valor no mercado”, afirmou. Este mês realizam-se mais dois ‘workshops’ em Oleiros e na Nazaré. O projeto RN21 decorre até 2025, representa um investimento de 26 milhões de euros e uma subvenção de 17,5 milhões. Saiba mais aqui

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INEGI investe na sustentabilidade no setor da resina

O INEGI pretende criar soluções para melhorar a eficiência energética dos processos produtivos e descarbonizar o uso de energia no setor da resina. O setor da resina desafiou o INEGI a criar soluções para melhorar a eficiência energética dos seus processos produtivos e descarbonizar o uso de energia, contribuindo para a redução da pegada ambiental do setor. A equipa de especialistas pôs mãos à obra e delineou 6 medidas com impacto na redução do consumo energético e das emissões de Gases de Efeito de Estufa (GEE). A recuperação de calor residual e a integração de fontes renováveis de energia são duas delas. Ambas, explica Francisco Lázaro, responsável pelo projeto no INEGI, “promovem reduções significativas no uso de energia e, consequentemente nas emissões de GEE associadas”. Estimam-se reduções entre 25% a 30% no uso de energia e entre os 11% e os 70% nas emissões de gases poluentes. A eletrificação de processos, nomeadamente por integração de bombas de calor para uso industrial, é uma outra solução rumo à eficiência energética e descarbonização do setor. Tem potencial para diminuir em 28% o uso de energia anual e em 20% as emissões de GEE. No entanto, alerta Francisco Lázaro, “a sua eficácia na descarbonização depende do uso de fontes de energia renovável para produção de eletricidade”. Somam-se a estas medidas a aplicação de isolamento térmico, a valorização de subprodutos e o retrofitting de equipamentos e processos. “É possível concluir que o isolamento térmico é de fácil implementação e tem um retorno rápido, mas seu impacto é, normalmente, reduzido. Já a valorização energética de subprodutos reduz o uso de Gás Natural, sem grandes investimentos”, refere Francisco Lázaro. Medidas reforçam esta indústria Este trabalho está a ser desenvolvido no âmbito do Projeto Integrado RN21, que reúne um consórcio de 37 entidades – entre as quais o INEGI – para revitalizar um dos setores tradicionais da economia nacional e inovar em toda a cadeia de valor. Desde a floresta ate ao consumidor final, passando pelo momento da resinagem. Com um investimento superior a 26 milhões de euros e um apoio financeiro da União Europeia no valor de mais de 17,6 milhões de euros, o projeto tem uma duração de cerca de três anos e assenta em três pilares: o fomento da produção da resina natural nacional, o reforço da sustentabilidade da indústria transformadora e a aposta na diferenciação positiva da resina natural e dos produtos derivados. Cabe ao INEGI coordenar o grupo de trabalho que está a desenvolver soluções para o uso eficiente de água e de energia, bem como conduzir a transição do setor para energias renováveis. O Projeto Integrado RN21 é cofinanciado pela União Europeia, no âmbito do programa Bioeconomia do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). É uma das 23 agendas de inovação que conta com o contributo do INEGI. Saiba mais aqui

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“Somos claramente diferenciadores na produção e na tecnologia instalada”

Em outubro do ano passado, a United Resins, unidade de produção de resinas instalada na Zona Industrial da Figueira da Foz, recebeu a apresentação nacional do projeto RN21, cerimónia presidida pelo então ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro.Não foi por acaso que a apresentação do RN21 se realizou ali. A United Resins é líder nacional do setor e aposta forte na inovação e no desenvolvimento, sendo uma referência internacional.Entre as suas áreas de negócio, que são diversas, o grupo também inova na substituição do plástico por materiais naturais e biodegradáveis. E na comunicação social, sendo um dos acionistas de referência do grupo Global Media.António Mendes Ferreira é o líder do grupo empresarial. O empresário foi o convidado principal desta semana do Dez&10.Começando pelas resinas, a United Resins, em termos de conhecimento, desenvolvimento, tecnologia e inovação, “tem uma palavra a dizer, ao ponto de os chineses não conseguirem ser competitivos”, frisou António Mendes Ferreira. Saiba mais aqui

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Resina dá emprego e ainda protege a floresta

Em Tresminas, terra de intensa atividade mineira aurífera entre os séculos I e II d.C, a resina natural de pinheiro-bravo é o novo ouro, que, sob a forma de colofónia e a aguarrás, gera emprego, dá rendimento aos baldios e ainda previne os incêndios rurais. Estamos na terra do Complexo Mineiro Romano de Tresminas, local onde os romanos exploraram o ouro durante mais de 200 anos. No entanto, agora, o ouro que se extrai é outro. A Junta de Freguesia de Tresminas, que gere dois baldios, e os compartes de outras duas aldeias, cederam vários hectares de pinhal-bravo a um consórcio formado por uma empresa do setor e por outros parceiros para aextraçãoderesina e atividades complementares, como a gestão de combustíveis. O consórcio é localmente apoiado pela associação florestal Aguiarfloresta. O negócio, que dá 20 por cento da receita às comunidades locais, gera emprego e ainda mantém limpa uma mancha florestal que durante anos esteve à mercê da voracidade dos incêndios. A prevenção começa na preparação dos terrenos para a exploração da resina. “Na área onde nos encontramos, tivemos de diminuir a densidade de pinheiros para melhorar a produtividade de cada um”, explica André Ferreira, engenheiro agrónomo de apenas 22 anos, natural da terra, que coordena os trabalhos de exploração de resina naturalem áreas comunitárias de pinhal de quatro aldeias. Junto a um pinheiro-bravo em que foi aberta, há poucos dias, a “bica” – a primeira incisão ou ferida rasgada no tronco. “Começamos por baixo e vamos subindo. Podemos fazer até sete renovas por ano”, acrescenta, referindo que “se for feita uma boa prática, dá para explorar a mesma face durante três anos”. Se o diâmetro do tronco permitir, corta-se outro lado do pinheiro e o processo repete-se com a mesma sequência, de baixo para cima. “Há pinheiros que dão resina durante seis, nove, ou até 12 anos. Tudo depende do diâmetro”, esclarece.O método de extração, ao contrário do que se pensa, “não prejudica a árvore”. “Pode demorar alguns anos, mas a árvore regenera-se. A resinagem não leva à morte do pinheiro, nem afeta o valor da madeira. Neste pinhal vamos conseguir retirar a resina durante anos e, no final, ainda temos cá o produto”, explica o técnico.Em Tresminas trabalham a tempo inteiro oito pessoas, numa freguesia rural onde predomina a atividade agrícola e pecuária. “Três são resineiros a tempo inteiro e os outros cinco sãoresineiros e sapadores, porque fazem a gestão de combustíveis durante boa parte do ano”, diz André, já que “durante o inverno o pinheiro não produz, por estar em pausa vegetativa, é como nas árvores de fruta”. Teresa Magalhães é uma das mais antigas a trabalhar na floresta. Começou como resineira, há 12 anos, no entanto agora dá apoio à equipa de sapadores florestais que conciliam o seu tempo com a exploração da resina. “Este trabalho pode parecer pesado, e às vezes é, mas já estou habituada”, recorda a chefe de equipa.Fileira da resina alavancada por fundos do PRRO “ouro líquido” que escorre lentamente para púcaros ou sacos entre os meses de março e outubro após o processo natural de destilação dá origem a dois produtos: a colofónia e a aguarrás. Depois de transformada, a sua utilização pode ser em colas, vernizes, tintas… e até em pastilhas elásticas.Portugal, que chegou a ter meia centena de fábricas de resina ativas, viveu “anos de ouro” da transformação deste produto. “Jáfomos o segundo maior produtor mundial de resina”, recorda Duarte Marques, que preside à Associação Florestal e Ambiental de Vila Pouca de Aguiar (Aguiarfloresta), referindo-se às décadas de 70 e 80 do século passado, com produções na ordem das 100 mil toneladas/ ano. “Mais tarde, por questões de competitividade, a produção caiu muito”, continua.Hoje, por causa das alterações climáticas, “que levaram à substituição das matérias- primas por alternativas mais sustentáveis”, Portugal voltou a apostar na fileira da resina natural, uma das três, a par do calçado e do têxtil, apoiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no âmbito da transição climática.É neste contexto que surge oconsórcio RN21, com sede na Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), liderado pelo CoLAB ForestWISE, que abrange toda a cadeia de valor e aposta na “transição para uma economia mais sustentável”. Focado na formação e inovação, o projeto reúne 37 entidades, como empresas transformadoras de resina, organizações de produtores, comunidades intermunicipais, universidades, laboratórios, entre outros.De acordo com a Resipinus – Associação de Destiladores e Exploradores de Resina, a produção anual de resina em Portugal ronda, hoje, as sete mil toneladas, o que não chega a 10 por cento das necessidades da indústria. A matéria-prima é importada, sobretudo, de países da América do Sul. Saiba mais aqui

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Conselho de Orientação e Fiscalização do Projeto Integrado RN21 reuniu para apresentação dos resultados de cada medida e análise de temas de agenda

O Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) do Projeto Integrado RN21, órgão máximo da estrutura do consórcio, reuniu no dia 28 de fevereiro, no Espaço Inovação Mealhada, para abordar diversos assuntos no âmbito da gestão do Projeto Integrado. O CoLAB ForestWISE®, líder deste consórcio agregador, foi o anfitrião do encontro no qual teve também lugar a primeira sessão ordinária do Conselho Consultivo. A abrir a sessão esteve o Vereador do Executivo Municipal da Mealhada, Ricardo Santos, o Diretor do Projeto, Rogério Rodrigues, e o CTO do CoLAB ForestWISE®, Carlos Fonseca, que reforçou a “importância de mostrar o que de bom está a ser feito neste consórcio que é fundamental partilhar com os parceiros que nos acompanham”. Seguiu-se a apresentação de mais de 20 medidas, que fazem parte dos três pilares em que assenta o Projeto Integrado RN21, nomeadamente: o fomento da produção da resina natural nacional (pilar I); o reforço da sustentabilidade da indústria transformadora (pilar II); e a diferenciação positiva da Resina Natural e produtos derivados (pilar III). A “Formação e Profissionalização do Resineiro” foi uma das medidas apresentadas para o Pilar I, que tem como principal objetivo desenvolver uma Academia capacitada para formar profissionais de extração de resina. Para o Pilar II, uma das medidas apresentadas foi a “Transição para renováveis e uso eficiente de água e energia”, que visa a elaboração de um estudo e Roadmap sobre as melhores práticas no uso sustentável destes recursos, com vista à minimização dos impactos ambientais. Neste encontro, foram também analisados o ponto de situação da “Criação de um “selo” e a divulgação técnica sobre toda a cadeira de valor”, inserida no pilar III, que surgiu da necessidade de afirmar a Resina Natural como um produto de origem renovável, que pode substituir os derivados do petróleo e constituir-se como um dos exemplos de sucesso da Bioeconomia em Portugal. A primeira fase de criação de marca começou no último semestre de 2023 e na reunião foram apresentados alguns dos próximos passos no âmbito desta iniciativa. Para promover a resina natural junto dos consumidores e decisores empresariais, têm sido realizadas ações de comunicação e marketing com alguns resultados já evidentes, nomeadamente o podcast e a publicação bianual da revista Resinae®. Ainda no encontro, foi analisado o Relatório Técnico Intercalar de Acompanhamento do Projeto Integrado RN21 | 2023, realizado pela Agência Portuguesa do Ambiente, onde está descrito o progresso alcançado pelo Projeto Integrado ao nível dos indicadores de desempenho – KPIs, e do trabalho executado em cada uma das medidas definidas no projeto até à data de reporte. Da análise efetuada, concluiu-se que o Projeto decorre dentro do previsto tendo em conta os desenvolvimentos descritos para as 22 medidas constantes no Projeto. A reunião contou com a participação dos membros do Conselho Consultivo, composto por três personalidades externas de mérito reconhecido e independentes, que reunirá anualmente para se pronunciar sobre as atividades desenvolvidas, propor medidas corretivas e promover parcerias. Do Conselho Consultivo fazem parte Aida Rodrigues Garcia, atualmente coordenadora de vários projetos relacionados com produtos florestais não lenhosos; Álvaro Picardo, Coordenador Técnico do projeto SMURF Horizont Europe, sobre “Modelos de Gestão Sustentável e Cadeias de Valor para as Florestas”; e Rui Miguel Rosmaninho, Diretor do Departamento de Gestão de Áreas Públicas Florestais, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, IP.

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