Andrew Fernandes

Emílio Torrão

PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE MONTEMOR-O-VELHO Como avalia o atual estado das florestas no concelho de Montemor-o-Velho e quais são os principais desafios que identifica na sua preservação e gestão?As áreas florestais ocupam cerca de 39% do concelho, ou seja, 8.963 ha. São áreas constituídas sobretudo por povoamentos em monocultura, de pinheiro e eucalipto.Um dos principais desafios nos quais o Município está empenhado é travar o avanço das arborizações ilegais. Por outro lado, é também fundamental sensibilizar os proprietários que pretendem realizar arborizações devidamente legalizadas para a importância de selecionar espécies autóctones adaptadas às condições edafoclimáticas locais e de adotar as medidas de gestão adequadas, que lhes permitem garantir um maior lucro de forma sustentável, beneficiando não só o seu povoamento, mas todo o território envolvente. Só assim é possível criar uma floresta ordenada, capaz de potenciar ordenamento e a gestão ativa da paisagem, aumentar não só a resiliência do território aos incêndios rurais, mas também mobilizar os recursos e investimentos de suporte que propiciem a revitalização económica e o desenvolvimento local sustentável.Quais têm sido as principais iniciativas da Câmara Municipal para promover práticas de gestão florestal sustentável?O Município colabora com a CIM (Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra) em diferentes projetos que visam promover a transformação estrutural do setor florestal. No âmbito da Agenda TransForm, participamos no projeto de execução do parque de recolha de biomassa e o seu aproveitamento em diversos equipamentos municipais. O projeto “Resina Natural 21” visa modernizar e tornar a produção da Resina Natural mais sustentável em Portugal. O consórcio, liderado pelo CoLAB ForestWISE, integra a CIM, e o Município de Montemor-o-Velho colabora. No projeto RESIST (Regions for climate change resilience through Innovation, Science and Technology), por iniciativa deste Município, em parceria com Instituições de Ensino Superior, estamos a estudar as condições de armazenamento e de secagem da estilha, produto das atividades de limpeza florestal, para o futuro aproveitamento em caldeiras de aquecimento.Considerando os efeitos das alterações climáticas, como vê o futuro das florestas em Montemor-o-Velho, e que medidas considera essenciais para garantir a sua resiliência?Existe a preocupação no Município de garantir um melhor ordenamento da paisagem rural, considerada no seu todo, seja no plano florestal ou no plano da agricultura moderna e da excelência dos seus produtos, visto que temos os melhores solos de produção agrícola do país.No âmbito dos resíduos florestais decorrentes da limpeza das faixas de gestão de combustíveis, estamos a promover a constituição de um parque de tratamento de estilha, a ser utilizada como fonte energética nas nossas instalações desportivas (piscina), fomentando assim a economia circular nas infraestruturas municipais.Mais que tudo, o ponto fulcral é fixar a população e criar valor económico no solo rural, muitas das vezes esquecidos nas políticas de desenvolvimento rural. PF Saiba mais aqui

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ICNF apresenta resultados do projeto de resinagem na Mata Nacional do Escaroupim

Salvaterra de Magos, 2 de dezembro de 2024 (Mais Ribatejo) – O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) vai apresentar os resultados do projeto de resinagem desenvolvido no talhão 17 da Mata Nacional do Escaroupim, numa sessão que decorrerá no próximo dia 5 de dezembro, às 10h00, no Auditório do Edifício do Cais da Vala, em Salvaterra de Magos. Iniciativa com foco na conservação genética do pinheiro-bravo O projeto, integrado no programa de investigação PDR2020-785-063761, tem como objetivo a conservação e o melhoramento dos recursos genéticos do pinheiro-bravo (Pinus pinaster Ait.). Coordenado pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), em colaboração com o ICNF, o Instituto Superior de Agronomia (ISA), o Centro PINUS e a Faculdade de Ciências, o estudo desenvolveu ensaios de resinagem em clones para identificar os melhores indivíduos com vista à produção de resina de alta qualidade. Os resultados obtidos incluem a submissão ao Catálogo Nacional dos Materiais de Base do pomar de elite de pinheiro-bravo, o que permitirá disponibilizar sementes de elevada qualidade genética para arborização. Esta ação insere-se no âmbito do programa PRR-Resina Natural RN21, que visa fortalecer a produção sustentável de resina em Portugal. Histórico e relevância da Mata Nacional do Escaroupim Administrada inicialmente pela Montaria Mor do Reino, a Mata Nacional do Escaroupim integra a administração pública desde 1836. Atualmente, ocupa uma área de 438 hectares, sendo arborizada em 346 hectares com predominância de pinheiro-manso (32%), pinheiro-bravo (20%) e eucalipto (7%). Além da produção de material lenhoso e fruto, a mata inclui áreas destinadas a investigação florestal, melhoramento e conservação de recursos genéticos de espécies como o pinheiro-bravo, pinheiro-manso, eucalipto e ulmeiro. Destaca-se também o Arboreto, criado em 1953, que é considerado o mais importante fora da Austrália, com 126 espécies de eucalipto cuja folhagem é utilizada na alimentação dos coalas do Jardim Zoológico de Lisboa. Sessão com participação de especialistas A sessão será conduzida por Paula Soares, professora auxiliar do Instituto Superior de Agronomia, com a presença de Rui Pombo, Diretor Regional da Conservação da Natureza e Florestas de Lisboa e Vale do Tejo, e Isabel Carrasquinho, do INIAV. A participação no evento é gratuita, mas sujeita a inscrição prévia, devido à lotação limitada da sala. Os interessados devem inscrever-se enviando um e-mail para drcnf.lvt@icnf.pt. Impacto na sustentabilidade florestal Com este projeto, o ICNF reafirma o seu compromisso com a sustentabilidade e a conservação da biodiversidade florestal, demonstrando como a investigação aplicada pode contribuir para a gestão sustentável dos recursos naturais no território nacional. Saiba mais aqui

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Entrevista a Paulo Cadeia, diretor executivo do TECMEAT

O setor produtor e transformador de carne nacional de Portugal pode ser classificado como um setor estratégico e em evolução, com características que combinam tradição, qualidade reconhecida e desafios em termos de inovação, competitividade e sustentabilidade. É desta forma que Paulo Cadeia, diretor executivo do TECMEAT, em entrevista à revista iAlimentar, caracteriza o setor, e acrescenta que Portugal é conhecido pela produção de carnes de alta qualidade, especialmente no caso da carne de porco (incluindo a icónica carne de porco preto) ou de bovino através das suas raças autóctones. A par disto, o executivo alerta para a necessidade de aumentar a formação e a qualificação contínua em novas práticas tecnológicas assim como, aumentar as atividades de inovação e de cooperação entre empresas e entidades científicas. O que levou à criação do TECMEAT? A criação do Centro de Competências do Agroalimentar com foco na Indústria das Carnes (TECMEAT) deve-se essencialmente a dois pontos. O primeiro, resultante da elevada concentração de indústria do processamento de carnes que existe na região onde o TECMEAT se encontra implementado; o segundo, da visão do Município da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão em verificar que não existia a nível regional, e mesmo nacional, um centro de competências capacitado para o desenvolvimento de atividades de inovação e atividades de formação técnica e prática especificamente orientada para o setor da indústria de processamento das carnes. Nasce assim o TECMEAT, uma associação privada e sem fins lucrativos, que tem por missão potenciar o aumento da competitividade e inovação das empresas produtoras e transformadoras do setor das carnes através do seu desenvolvimento científico e tecnológico. Em que áreas atua? Que serviços presta? Muito embora, de forma mais alargada, o TECMEAT possa atuar em todo o setor agroalimentar, o seu foco principal é no setor das carnes e do seu processamento. Através da sua Unidade Piloto e do seu Laboratório de Microbiologia, o TECMEAT encontra-se capacitado para prestar um conjunto de serviços à indústria que passa pela formação técnica e tecnológica em ambiente piloto, pelo apoio e consultoria no desenvolvimento e caracterização de novos produtos e novas técnicas de processamento ou ainda, na disponibilização de um conjunto alargado de análises, testes e ensaios de controlo de qualidade. Para além destas componentes, o TECMEAT tem atuado também como um hub de transferência e de demonstração de conhecimento para a indústria em parceria com novos desenvolvimentos de produtos e processos obtidos com empresas de bens de equipamentos e fornecedoras de ingrediente e os mais diversos consumíveis. Em que projetos de investigação o TECMEAT participa? Há perspetivas de novos produtos a entrar no mercado? Quando? Atualmente, o TECMEAT participa em três projetos do PRR (Programa de Recuperação e Resiliência). Está ativamente envolvido na agenda VIIAFOOD, liderada pela Sonae, onde juntamente com outras entidades do sistema científico e uma empresa do setor cárnico temos realizado provas de conceito no desenvolvimento de produtos inovadores em três linhas diferentes. Para além deste, estamos também envolvidos em dois projetos da Bioeconomia: o projeto RN21 onde procuramos testar o comportamento de biofilmes e a aplicação de colofónia resultante das resinas da nossa indústria florestal em substituição de filmes comerciais de origem fóssil; e o Projeto BE@T no qual procuramos encontrar simbioses indústrias entre os subprodutos do setor do têxtil e vestuário e os subprodutos do setor das carnes. Em todos estes três projetos temos já protótipos de novos produtos com resultados promissores e potencialmente interessante para entrar no mercado. Para além destes projetos em execução, temos ainda algumas candidaturas em avaliação com a Associação de Criadores de Limusine e a Câmara Municipal do Fundão no sentido de virmos a prestar um conjunto de serviços ao nível de formação de rendimento de corte de carcaças de bovino. Como classifica o setor produtor e transformador de carne nacional? O setor produtor e transformador de carne nacional de Portugal pode ser classificado como um setor estratégico e em evolução, com características que combinam tradição, qualidade reconhecida e desafios em termos de inovação, competitividade e sustentabilidade. Nestes curtos quatro anos de existência do TECMEAT e de contactos e parcerias já estabelecidas, verifico que tem havido um esforço de evolução ao nível da adoção de novas práticas de atividades de inovação, quer ao nível do setor produtivo como também do setor transformador. Todos sabemos que, na sua generalidade, a indústria das carnes ainda é conhecida por ser fechada e relutante em cooperar para o desenvolvimento de novos produtos e processos. Contudo, tenho assistido durante estes anos ao esforço que estas empresas começam a realizar para mudar este paradigma até porque, começam a perceber, que a sua evolução assim como a possibilidade de aumentar as suas quotas de exportação, apenas se conseguirá através da cooperação, da inovação e sobretudo da diferenciação de produtos de maior valor acrescentado. É certo que o setor é dominado por pequenas e médias empresas (PMEs), tanto na produção como na transformação, o que resulta numa fragmentação que pode dificultar a competitividade internacional, enfrentando dificuldades para competir com grandes produtores de outros países devido à falta de economia de escala e aos custos relativamente elevados de produção e mais recentemente à escassez de mão de obra classificada, mas também é verdade que o setor tem um grande potencial de crescimento, desde que consiga superar os seus desafios em termos de inovação, sustentabilidade e competitividade. Quais considera ser os pontos fortes (e os a melhorar) do setor produtor e transformador de carne português? Em que medida a TECMEAT pode ajudar a alterar o cenário? Sem dúvida que um dos pontos forte do setor é a qualidade da carne que produzimos. Portugal é conhecido pela produção de carnes de alta qualidade, especialmente no caso da carne de porco (incluindo a icónica carne de porco preto) ou de bovino através das suas raças autóctones tais como a Limusine, Barrosã, Arouquesa, … apenas para falar de algumas. Muitas empresas têm também investido em tecnologia moderna nos processos de abate e transformação, o que aumenta a eficiência e a rastreabilidade dos produtos. Tem

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Neutralidade Carbónica: Desafios e Oportunidades no sector da Resina Natural  18 de dezembro

O projeto RN21 realiza um webinar que aborda o papel da resina natural na transição para a neutralidade carbónica, os desafios da indústria na adoção de práticas mais sustentáveis e as oportunidades que nascem da inovação e sustentabilidade do sector. O evento conta com dois oradores – Zenaida Mourão, do INESCTEC e Firmino Rocha, da KEMI – e decorre online, das 14:30 às 16:00, sendo necessário registo prévio. Saiba mais aqui

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Jornadas do Interior: Papel da agricultura, floresta e energia no desenvolvimento

Cerca de uma dúzia de oradores de várias áreas de atividade trocaram ideias sobre o potencial de recursos que poderão funcionar como uma tábua de salvação para o InteriorLúcia Reis “Um dos maiores legados que o JF sustenta é o da preocupação com a região e o seu futuro, jamais se resignando a aceitar, como certa, a débil condição coletiva como uma suposta maldição, imposta pela interioridade”, afirmou Nuno Francisco, diretor do JF, na abertura das Jornadas da Beira Interior que decorreram, no dia 15, no Alcaide, integradas no “Míscaros – Festival do Cogumelo, subordinadas ao tema “Agricultura, Floresta e Energia”. “Aqui, há terra fértil para se plantar o futuro. Sempre houve e continuará a haver. Mas para isso é precisa aquela força motriz que passa por uma estratégia de desenvolvimento destes territórios, dotando-os de condições para que possamos cumprir as nossas obrigações”, acrescentou, assegurando que que o JF “jamais abdicará do seu ADN, que o tornou uma publicação de referência da imprensa portuguesa”.  O presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, sublinhou o interesse das jornadas como “um evento de construção de conhecimento e partilha de informação” e deu conta de que a Câmara do Fundão se prepara para criar uma área demarcada de cogumelos silvestres na Gardunha para preservar e valorizar este complemento do rendimento das famílias, ajudando, simultaneamente, a proteger a serra dos incêndios. Fernando Martins, diretor da Unidade de Agricultura e Pescas da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), felicitou o JF por honrar o legado de compromisso com a região, promovendo estas jornadas, dando depois conhecimento que a CCDRC tem à disposição um conjunto de instrumentos que serão disponibilizados para a produção agrícola encontrar as vias de financiamento indispensáveis à sua modernização. O primeiro painel das jornadas foi dedicado à “Floresta, Rentabilidade e Ordenamento”, tendo sido moderado por Celestino Almeida, professor coordenador da Escola Superior Agrária do IPCB.  Da Pinus Verde, Marisa Monsanto apresentou o organismo a que preside, dando conta dos 26 anos de vida desta associação sem fins lucrativos, que promove o desenvolvimento florestal e rural. “É uma ferramenta ao serviço de uma comunidade e um território, promove os usos múltiplos da floresta e aproveita os conhecimentos tradicionais, promovendo também atividades económicas”, resumiu a dirigente. Pedro Marques, responsável pela gestão das áreas de servidão na REN – Rede Elétrica Nacional, falou da vasta rede de infraestruturas e da rede elétrica, correspondendo a uma autoestrada, com perfil da A1, entre Lisboa e o Dubai.  Flávio Massano, presidente da Câmara de Manteigas, incentivou os habitantes da região a terem orgulho no território. “Não nos resignamos e não desistimos”, enfatizou, criticando que a gestão do território se faça a 200 ou 300 quilómetros de distância e a burocracia reinante, traduzida em programas, programinhas, siglas e coisas avulsas que não se percebem. “Ou lutamos por nós, ou ninguém quer saber”, alertou, incentivando ao trabalho conjunto. No mesmo tom foi a intervenção de Luís Matias, dinamizador do Plano de Revitalização do Pinhal Interior, que trouxe à memória o “sobressalto cívico” causado pela tragédia dos incêndios de 2017 e criticou  a incapacidade portuguesa para planear o futuro. “Somos muito bons a criar planos estratégicos, mas muito maus a planear”, sublinhou. “É fundamental demonstrarmos que sabemos para onde queremos ir, o que queremos fazer e como é que lá vamos chegar”, anotou, lembrando que em Lisboa ninguém contribui com um euro que seja para a preservação e conservação das condições ambientais ou qualidade da água, ao contrário do que faz o Interior.  Também crítico foi Carlos Fonseca, investigador na área da ecologia e conservação e CEO do Colab Forestwise. “O mais fácil é sermos descrentes e não acreditarmos em mais nada porque não conseguimos mudar. Sou um otimista e considero que o facto de estarmos aqui, num evento sobre valorização da floresta, é a prova de que devemos acreditar que é possível”, concluiu.  Saiba mais aqui

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“Setor tem um grande potencial de crescimento, desde que consiga superar os seus desafios em termos de inovação, suste n ta bilidade e competitividade” – Entrevista a Paulo Cadeia

PAULO CADEIA, DIRETOR EXECUTIVO DO TECMEAT O setor produtor e transformador de carne nacional de Portugal pode ser classificado como um setor estratégico e em evolução, com características que combinam tradição, qualidade reconhecida e desafios em termos de inovação, competitividade e sustentabilidade. É desta forma que Paulo Cadeia, diretor executivo do TECMEAT, em entrevista à revista iAlimentar, caracteriza o setor, que acrescenta que Portugal é conhecido pela produção de carnes de alta qualidade, especialmente no caso da carne de porco (incluindo a icónica carne de porco preto) ou de bovino através das suas raças autóctones. A par disto, o executivo alerta para a necessidade de aumentar a formação e a qualificação contínua em novas práticas tecnológicas assim como, aumentar as atividades de inovação e de cooperação entre empresas e entidades científicas.O que levou à criação do TECMEAT?A criação do Centro de Competências do Agroalimentar com foco na Indústria das Carnes (TECMEAT) deve-se essencialmente a dois pontos. O primeiro, resultante da elevada concentração de indústria do processamento de carnes que existe na região onde o TECMEAT se encontra implementado; o segundo, da visão do Município da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão em verificar que não existia a nível regional, e mesmo nacional, um centro de competências capacitado para o desenvolvimento de atividades de inovação e atividades de formação técnica e prática especificamente orientada para o setor da indústria de processamento das carnes. Nasce assim o TECMEAT, uma associação privada e sem fins lucrativos, que tem por missão potenciar o aumento da competitividade e inovação das empresas produtoras e transformadoras do setor das carnes através do seu desenvolvimento científico e tecnológico.Em que áreas atua? Que serviços presta?Muito embora, de forma mais alargada, o TECMEAT possa atuar em todo o setor agroalimentar, o seu foco principal é no setor das carnes e do seu processamento. Através da sua Unidade Piloto e do seu Laboratório de Microbiologia, o TECMEAT encontra-se capacitado para prestar um conjunto de serviços à indústria que passa pela formação técnica e tecnológica em ambiente piloto, pelo apoio e consultoria no desenvolvimento e caracterização de novos produtos e novas técnicas de processamento ou ainda, na disponibilização de um conjunto alargado de análises, testes e ensaios de controlo de qualidade. Para além destas componentes, o TECMEAT tem atuado também como um hub de transferência e de demonstração de conhecimento para a indústria em parceria com novos desenvolvimentos de produtos e processos obtidos com empresas de bens de equipamentos e fornecedoras de ingrediente e os mais diversos consumíveis.Em que projetos de investigação o TECMEAT participa? Há perspetivas de novos produtos a entrar no mercado? Quando?Atualmente, o TECMEAT participa em três projetos do PRR (Programa de Recuperação e Resiliência). Está ativamente envolvido na agenda VIIAFOOD. liderada pela Sonae, onde juntamente com outras entidades do sistema científico e uma empresa do setor cárnico temos realizado provas de conceito no desenvolvimento de produtos inovadores em três linhas diferentes. Para além deste, estamos também envolvidos em dois projetos da Bioeconomia: o projeto RN21 onde procuramos testar o comportamento de biofilmes e a aplicação de colofónia resultante das resinas da nossa indústria florestal em substituição de filmes comerciais de origem fóssil; e o Projeto BE@T no qual procuramos encontrar simbioses indústrias entre os subprodutos do setor do têxtil e vestuário e os subprodutos do setor das carnes. Em todos estes três projetos temos já protótipos de novos produtos com resultados promissores e potencialmente interessante para entrar no mercado. Para além destes projetos em execução, temos ainda algumas candidaturas em avaliação com a Associação de Criadores de Limusine e a Câmara Municipal do Fundão no sentido de virmos a prestar um conjunto de serviços ao nível de formação de rendimento de corte de carcaças de bovino.Como classifica o setor produtor e transformador de carne nacional?O setor produtor e transformador de carne nacional de Portugal pode ser classificado como um setor estratégico e em evolução, com características que combinam tradição, qualidade reconhecida e desafios em termos de inovação, competitividade e sustentabilidade. Nestes curtos quatro anos de existência do TECMEAT e de contactos e parcerias já estabelecidas, verifico que tem havido um esforço de evolução ao nível da adoção de novas práticas de atividades de inovação, quer ao nível do setor produtivo como também do setor transformador. Todos sabemos que, na sua generalidade, a indústria das carnes ainda é conhecida por ser fechada e relutante em cooperar para o desenvolvimento de novos produtos e processos. Contudo, tenho assistido durante estes anos ao esforço que estas empresas começam a realizar para mudar este paradigma até porque, começam a perceber, que a sua evolução assim como a possibilidade de aumentar as suas quotas de exportação, apenas se conseguirá através da cooperação, da inovação e sobretudo da diferenciação de produtos de maior valor acrescentado. É certo que o setor é dominado por pequenas e médias empresas (PMEs), tanto na produção como na transformação, o que resulta numa fragmentação que pode dificultar a competitividade internacional, enfrentando dificuldades para competir com grandes produtores de outros países devido à falta de economia de escala e aos custos relativamente elevados de produção e mais recentemente à escassez de mão de obra classificada, mas também é verdade que o setor tem um grande potencial de crescimento, desde que consiga superar os seus desafios em termos de inovação, sustentabilidade e competitividade.Quais considera ser os pontos fortes (e os a melhorar) do setor produtor e transformador de carne português? Em que medida a TECMEAT pode ajudar a alterar o cenário?Sem dúvida que um dos pontos forte do setor é a qualidade da carne que produzimos. Portugal é conhecido pela produção de carnes de alta qualidade, especialmente no caso da carne de porco (incluindo a icónica carne de porco preto) ou de bovino através das suas raças autóctones tais como a Limusine, Barrosã, Arouquesa,… apenas para falar de algumas. Muitas empresas têm também investido em tecnologia moderna nos processos de abate e transformação, o que aumenta a eficiência e a rastrea-bilidade dos produtos. Tem havido também uma aposta crescente na automatização

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Tintex participa em workshop sobre potencialidades da resina natural.

Pedro Magalhães, head of innovation, e Carlos Silva, innovation manager, da Tintex Textiles rumaram a Cantanhede para participar num workshop sobre aplicações da Resina Natural no âmbito do projeto RN21 – Inovação na Fileira da Resina Natural para Reforço da Bioeconomia Nacional. “Os participantes foram divididos por quatro grupos, que visitavam alternadamente quatro salas, cada uma correspondente a uma indústria diferente, onde era feita uma apresentação do sector, da empresa, o que estava a ser feito e depois eram abertas questões”, enquadra Pedro Magalhães, head of innovation, que orientou na sala do têxtil e vestuário. “A resina pode ajudar a resolver desafios como o da sustentabilidade. Ajuda-nos a substituir materiais sintéticos por outros naturais. Neste caso, estamos a trabalhar com derivados da colofónia (um derivado da resina resultante da sua destilação)” especifica.  Estes são depois usados na criação de novos fios, aplicados em tingimentos e acabamentos e na aplicação de revestimento e laminagem. “O mais interessante diria que foi o piloto que fizemos de melhoria da solidez à luz no tingimento natural. Os resultados são promissores, queremos industrializar”, situou. Saiba mais aqui

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Oficina destaca inovações para sustentabilidade

Centro Social e Paroquial de S. Pedro acolheu o workshop “Criamos o Futuro com Resina Natural”, evento . que deu a conhecer as inovações mais recentes e as aplicações da resina natural nos se- tores automóvel, têxtil, calçado e alimentar, destacando o seu papel no desenvolvimento de soluções sustentáveis alinhadas com a bioeconomia e o compromisso de gerar impacto positivo nas comunidades e nas cadeias de valor locais e internacionais.Organizado pelo CoLAB Fo- restWISE, centro especializadoem investigação e transferência de conhecimento nas áreas da gestão florestal e dos incêndios, o workshop integrou-se no âmbito do Projeto RN21. A iniciativa abrange toda a cadeia de valor da resina natural, desde a produção florestal até à transformação industrial e ao consumidor final.O objetivo central do RN21 é revitalizar o setor da Resina Natural em Portugal, desenvolvendo soluções tecnológicas sustentáveis que impulsionem a bioeconomia e reduzam a dependência de matérias-primas de origem fóssil < Saiba mais aqui

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Cantanhede recebeu workshop Criamos o Futuro com Resina Natural

O Centro Social e Paroquial de S. Pedro acolheu o workshop “Criamos o Futuro com Resina Natural”, na segunda-feira, dia 21 de outubro, de acordo com o comunicado enviado à Central Press. O evento deu a conhecer as inovações mais recentes e as aplicações da resina natural nos setores automóvel, têxtil, calçado e alimentar, destacando o seu papel no desenvolvimento de soluções sustentáveis alinhadas com a bioeconomia e o compromisso de gerar impacto positivo nas comunidades e nas cadeias de valor locais e internacionais. O vereador com o pelouro dos Recursos Naturais, Desenvolvimento Agrícola e Florestal, Adérito Machado, destacou a escolha do local para realizar o workshop como uma oportunidade para colocar Cantanhede no centro das inovações sustentáveis. “É com grande satisfação que recebemos este evento, que reforça o nosso compromisso com a bioeconomia e com o desenvolvimento sustentável. A resina natural é um recurso com enorme potencial, e esta oficina demonstra como podemos impulsionar a economia regional ao mesmo tempo que contribuímos para a transição para soluções mais ecológicas e de menor impacto para que haja um equilíbrio ambiental e florestal. Iniciativas como esta são fundamentais para garantir que a nossa comunidade esteja alinhada com as exigências globais”, sublinhou. Organizado pelo CoLAB ForestWISE, centro especializado em investigação e transferência de conhecimento nas áreas da gestão florestal e dos incêndios, o workshop integrou-se no âmbito do Projeto RN21. A iniciativa abrange toda a cadeia de valor da resina natural, desde a produção florestal até à transformação industrial e ao consumidor final. O objetivo central do RN21 é revitalizar o setor da Resina Natural em Portugal, desenvolvendo soluções tecnológicas sustentáveis que impulsionem a bioeconomia e reduzam a dependência de matérias-primas de origem fóssil, através do desenvolvimento de novos produtos e processos tecnológicos com aplicação em diversas indústrias. O consórcio RN21 é constituído por 37 parceiros, incluindo empresas do setor da resina, instituições de investigação e desenvolvimento, universidades e entidades territoriais, que colaboram a fim de explorar e maximizar o potencial da resina natural, atendendo às crescentes exigências ambientais e económicas. Sabia mais aqui

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Consórcio ForestWise quer dar nova vida ao setor da resina natural

Projeto de bioeconomia sustentável é desenvolvido no Norte e Centro do país, com objetivo de tornar a matéria-prima como um produto forte para exportação. Por Diana Carvalho O projeto liderado pelo CoLAB ForestWise, fundamentado em objetivos do Plano de Recuperação e Resiliência, pretende colocar a resina natural outra vez no mapa da economia portuguesa, após “na década de 70 Portugal ter sido o terceiro produtor mundial desta matéria-prima, afirma Carlos Fonseca, “chief technology officer” do projeto. Aumento da produtividade e qualidade da resina, diversificação de produtos e criação de oportunidades de negócios são outras etapas a alcançar. Saiba mais aqui

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