RN21, o consórcio que quer valorizar a fileira da resina natural em Portugal
A Resipinus (Associação de Destiladores e Exploradores de Resina, sediada em Leiria), bem como a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, o Politécnico de Leiria, as empresas Dreamplas (Marinha Grande) e Vieirifabril (Pombal) integram o RN21, consórcio de 37 entidades de todo o País, liderado pela consultora ForestWISE, que, até Dezembro de 2025, terão financiamento de cerca de 30 milhões de euros, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para valorizar a fileira da resina nacional.
OLEIROS: Forestwise estuda potencialidades da resinagem
O Laboratório Colaborativo para a Gestão Integrada da Floresta e do Fogo (Forestwise) está a desenvolver o Projeto Integrado RN21 – Inovação na Fileira da Resina Natural para Reforço da Bioeconomia Nacional. Um dos pilares deste projeto esteve a realizar trabalho de campo na Isna de Oleiros onde foi resinado um conjunto de pinheiros. Agora serão analisados diversos parâmetros, como explicou à Rádio Condestável a professora Maria Emília Silva, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, responsável por este trabalho.
O que vai ser feito a partir de agora nesta parcela de terreno, será como que um laboratório ao vivo, referiu ainda esta investigadora.
Esta atividade é altamente lucrativa embora pesada, deu conta António Silva, homem que foi resineiro durante muitos anos.
Marco Ribeiro, da Resipinus – Associação de Exploradores de Resina, explicou que este projeto, entre outras vertentes, pretende trazer conhecimento para este setor, tornando-o mais atrativo em matéria de exploração e rentabilidade, já que tudo o que hoje é produzido é absorvido pela indústria.
Com todo este trabalho é também preciso desmistificar alguns mitos urbanos, como seja o facto de a resinagem tirar propriedades à madeira, explicou ainda a professora Maria Emília Silva, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Este banco de ensaio está a decorrer no concelho de Oleiros, um concelho com forte tradição neste setor. O vice-presidente da câmara local, Miguel Marques, confessa que gostaria de voltar a vê-lo ser explorado.
De referir que este projeto assenta em três grandes princípios orientadores, nomeadamente o de abranger toda a cadeia de valor da Resina Natural (RN), desde a floresta até ao consumidor final, com enfoque especial nos mercados e nos novos produtos; responder às principais necessidades e oportunidades concretas, identificadas pelos agentes do setor e contribuir para os objetivos do PRR, em concreto no que refere à Bioeconomia Sustentável.
129 milhões de euros do PRR para fomentar bioeconomia sustentável
O Fundo Ambiental assinou contratos com três consórcios para fomentar a bioeconomia sustentável em três sectores relevantes para a economia nacional: têxtil, calçado e resina natural.
O objectivo é que os consórcios possam investir em inovação, nomeadamente em novos materiais e processos de fabrico, que privilegiem a produção ecologicamente sustentável.
O valor do financiamento, previsto no Plano de Recuperação e Resiliência, ascende a 129,5 milhões de euros, mas permitirá alavancar um investimento total de 237,5 milhões de euros nos próximos quatro anos.
A fileira do têxtil e vestuário terá acesso a 71 milhões de euros. A missão está atribuída ao consórcio BE@T, liderado pelo CITEVE – Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal, que inclui 54 parceiros.
O consórcio BioShoes4all, seleccionado para a fileira do Calçado, é liderado pela APICCAPS – Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e os seus sucedâneos, envolvendo 68 parceiros. Este sector irá gerir um apoio de 41 milhões de euros.
Ao sector da resina natural caberá um valor de 17,5 milhões de euros. O consórcio RN21, liderado pela ForestWISE – Laboratório Colaborativo para a gestão integrada da Floresta e do Fogo, conta com 38 parceiros.
Os investimentos enquadram-se no Plano de Acção para a Bioeconomia Sustentável (PABS) – Horizonte 2025 e centram-se no processamento e valorização de matérias-primas biológicas. Envolvem ainda o estabelecimento de novas cadeias de valor e no desenvolvimento de bioprodutos de valor acrescentado com novas funcionalidades ou que substituam outros de origem fóssil.
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