
O lançamento oficial da marca “Resinae”, um símbolo de qualidade, rastreabilidade e compromisso ambiental que foi criado para valorizar a Resina Natural de Pinus Pinaster, decorreu no dia 27 de janeiro, no evento “Resinae Ignite”, organizado pelo Projeto Integrado RN21.
De acordo com Jani Pires e Juliana Salvação, elementos da CoLAB ForestWISE, a criação desta marca pretende reforçar a posição do setor e impulsionar a Resina Natural para um patamar de competitividade que responde às exigências de um mercado cada vez mais focado na sustentabilidade.
Este evento reuniu ainda empresários, produtores, investigadores e representantes institucionais, com o intuito de explorar todos os elos da cadeia de valor do setor da resina natural.
O programa incluiu intervenções e debates sobre práticas sustentáveis, inovação na produção, transformação e expansão para novos mercados, promovendo um diálogo construtivo em torno de soluções viáveis e sustentáveis.
Pedro Teixeira (Associação Centro Pinus), Marco Ribeiro (Associação de destiladores e exploradores Resipinus), Ricardo Gomes (empresa Nares), Pedro Gil (Gum Rosin), João Koehler (empresa Colquímica), Jávier Calvo (empresa Cesefor), participaram nas sessões temáticas.
Nestas intervenções, salientou-se a necessidade de trabalhar na importância da resina para a sustentabilidade do pinhal, explicando que ao haver resinagem existe uma gestão da floresta e presença de pessoas no terreno, aumentando a capacidade de vigilância.
Referiu-se ainda a necessidade de reforçar o número de resineiros existente em Portugal, sendo este um problema crítico com que o setor se debate. Os intervenientes realçaram que o setor da resina representa 250 milhões anuais com a indústria de transformação, havendo condições para duplicar este valor, aumentando também o número de postos de trabalho associados.
Miguel Freitas, professor na Universidade do Algarve e ex-secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, considerou que há um caminho que está a ser feito e apontou a fileira da resina como sector estratégico da bioeconomia.
O professor universitário alertou ainda para a necessidade de olhar para a resina numa perspetiva territorial, e para a promoção de um produto que é diferente, dando como resposta a aposta na economia da diversificação e da cooperação para alavancar o sector.
Joana Vieira, da CoLAB ForestWISE, reforçou a problemática da falta de mão de obra qualificada, referindo que é necessário tornar atividade mais atrativa, apostar na mecanização de resinagem, criar uma academia de formação do resineiro, permitindo assim mais conhecimento e técnicas associadas a esta função.
Liderado pelo CoLAB ForestWISE®, o RN21 reúne toda a cadeia de valor do setor da Resina Natural em Portugal, num Consórcio integrado e mobilizador de investigação e inovação onde se promove a modernização e a revitalização de um dos setores mais tradicionais da economia nacional, valorizando a Resina Natural enquanto produto “bio” e potenciando as grandes possibilidades da sua aplicação no mercado.